segunda-feira, 27 de julho de 2009

Um texto e um trecho: Aurora.

Hoje vou postar algo diferente de notícias, acontecimentos, filosofias e futebol. Trouxe a vocês um trecho de um texto para iniciarmos uma leitura sobre obras literárias. Ler é um exercício para a mente, para o espírito e faz bem a saúde mental. A leitura faz descobrir novos mundos inseridos em diversas histórias de vida, as vezes do autor, as vezes imaginárias. No entanto, a leitura abre novos horizontes em nossas experiências, nos tornam, segundo alguns, mais pacientes, enfim, nos transformam em seres humanos melhores. Assim, a partir de hoje, trarei alguns trechos de obras universais para deleitarmos com o sublime de cada texto e, principalmente, a importância de cada obra.

Fiquem em paz e boa leitura.

Por Edmond Dantes.

Aurora

"A aurora descia mansamente por detrás das colinas. As ondas do mar vinham e voltavam num mesmo tom, como essa música que ouço agora, há tempos. O sol não deixa de prestar seus tributos nem por um segundo. As águas continuam com o objetivo de dar vida a este já velho mundo. As leis da natureza são irrevogáveis. Uma nuvem passa. Outra em seguida já lhe vem trazer a sombra. Os homens caminham por estradas que não sabem onde vão chegar. Acreditam sempre no final feliz de todas as coisas. Não crêem em hecatombes, tragédias. Lutam corajosamente em batalhas já perdidas. O sangue se derrama...
Ainda se derrama.
Hoje o dia amanheceu. Em toda parte se vê os mesmos atos. Coturnos engraxados, baionetas afiadas, crianças chorando pela primeira vez. É a vida. E você, onde está agora?
Quando ouço essa música lembro de você. Por quanto tempo chorei a sua ausência?
Tantas lágrimas.
Com o tempo foi se embora os meus amigos, minha prestigiada profissão, juntamente com os privilégios que ela tributava. Meus ideais foram sumindo como as areias se vão pelos ventos de todo o dia. Não percebi. Mas eu te amava.
E foi isso que nunca se foi. Ainda continua no lugar de sempre. Tudo já se foi. Menos minhas lembranças por você. Eu te amo!
Eu não deveria fazer mais nada em minha vida a não ser prestar meus serviços ao meu coração. Tolice! Dizia Machado de Assis que a paixão é um corcel selvagem. Não o sei. Não o sei se o corcel selvagem é tão sábio a ponto de ser a realização do amor ou, a vida embrutecida de todos os tempos ser esse cavalo indomável.
Para sempre eu te amarei. Minha alma é constituída dos mais puros pedaços de paixão. Coisas da juventude? Não! São coisas de um coração que não vive mais congelado. Eu te amo. Onde você está?
A aurora descia mansamente por detrás das colinas. E eu desejo todos os dias lhe ver novamente. Um dia... um momento. Eu te amo.
Eu te amo!
Nesse momento sou tomado pela mais louca energia que se pode dar a um espírito.
Sonho...
Os campos ainda são verdes. Lá fora, no dia normal de todo o dia, as pessoas procuram por coisas que não possuem nenhum sentido. E elas não o sabem. Eu estou sentado, de frente a uma paisagem. E ela é paradisíaca. Não é o mar calmo no fim de uma tarde de verão, muito menos a noite de uma lua tão apaixonada quanto o primeiro dia de um casal. Não o é... não é um oásis ou a riqueza de um faraó. É você em meus sonhos. Estendo minhas mãos a suas e, num toque, danço com você aquela mesma música que vem tocando meu coração. Eu te amo.
Aperto mais minhas pálpebras para não acordar dessa embriaguez. Os deuses ainda me forçam a dormir e, sabendo em meus sonhos que acordaria, lhe dou um beijo. Acordo. E o que eu vejo é mais uma lembrança dessa minha paixão idílica. Onde você está?
Eu te amo....

Anônimo."

Um comentário:

  1. Aôôô.... parece um peão apaixonado numa festa de Barretos.... não fosse um italiano em seus devaneios transpondo a imensidão do oceano em busca de sua amada!!!!

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