Brincadeiras à parte, Teófilo Otoni é um município bem estruturado, cuja população é bastante acolhedora e apreciadora dos bons costumes, morais e éticos.
Na verdade o presente post se destina a uma conspiração sobre um fato que chamou a atenção nos noticiários televisivos na data de hoje. A Igreja Católica está recolhendo assinaturas de seus fiéis para apresentar um projeto de lei de iniciativa popular para impedir que indivíduos que possuam condenação judicial, em qualquer instância, possam ser candidatos a cargos eletivos.
É realmente louvável a proposta, em tese. Porém, o que aguça a desconfiança é a origem da proposta: CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.


Essa reaproximação repentina da Igreja Católica da política causa estranhesa. A proposta, ainda que norteado por princípios éticos e morais, do ponto de vista democrático é absurda.
A pretensão de considerar inelegível todo e qualquer cidadão que possua condenação judicial, em qualquer instância, implica em concluir que, ainda que a condenação esteja pendente de recurso, esta inviabilizará a candidatura. Ora, amigos, e como fica a presunção de que todos somos inocentes até que sobrevenha uma condenação definitiva? Porque, enquanto houver possibilidade de recursos judiciais, poderá o condenado ser posteriormente absolvido pelo próprio Poder Judiciário.
Ainda que a proposta preencha os requisitos para a sua apresentação perante o Poder Legislativo, nos moldes em que está sendo elaborada, fatalmente não resistirá a uma análise de constitucionalidade. A proposta afronta, evidentemente, a Constituição Federal Brasileira, não obstante seja, aos olhos da ética e moralidade, uma iniciativa que merece debate, nem que seja no momento conspiratório da parada do serviço para um café.
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