segunda-feira, 6 de julho de 2009

Posso viver? Ai meu Deus, ainda não consigo falar!! E agora?

Temos acompanhado diariamente o debate acerca do tema “legalização do aborto”, e, como profissional do Direito e cidadão, não posso ficar calado. Vários “intelectuais” já se posicionaram a favor da legalização dessa forma exterminadora de “fetos”. Porém uma outra questão se mostra pertinente: quando se começa a vida?
Ciência e Teologia concordam (aproveitem, pois isso é raro de acontecer) que o momento do início da vida é a fecundação. Poderia citar vários artigos científicos, bem como várias passagens bíblicas, porém a mesa do café aqui é pequena.
Assim, dada a concordância de que o feto é um ser humano, quero me manifestar sobre dois pontos: minha opinião e alguns dos argumentos de quem acha “legal” abortar.
Determinada classe diz que a mulher tem que ter direito sobre o próprio corpo, por isso decidir se quer, ou não, abortar. Assim, a pergunta: daquelas várias PESSOAS que foram abortadas, um número razoável é mulher. Concordam? Mas então não demos direito a ela (abortada), caso procedido o aborto, de decidir sobre o próprio corpo (no caso, se queria, ou não ser abortada). Que direito é esse que não atinge a todas mulheres?
A ciência diz que a única diferença entre um ser adulto e um feto é o tempo e a nutrição. Ou seja, aquele ser humano assassinado, não teve a chance de ofertar sua opinião, nem de ao menos se defender (DIREITO CONSTITUCIONALMENTE GARANTIDO), simplesmente porque ainda não podia falar.
Existe uma história que diz que uma mulher chegou ao consultório e disse pro médico que queria abortar. O médico, por sua vez, explicou pra mulher os riscos do aborto e ao final propôs que esperasse mais um pouco e, quando a criança tivesse cerca de 2 anos, ela voltaria ao consultório e ele pessoalmente assassinaria a criança. Assim seria muito mais seguro pra mãe. Sabem qual a resposta dela?...
Não concordo com o aborto por várias razões, que não vão caber traçar todas aqui. Mas uma das coisas que posso levantar é que seria um meio de acobertar irresponsabilidades morais e sociais, (irresponsabilidades essas que são patrocinadas pelo governo). Alguém já me disse: “ah se fosse alguém da sua família que sofresse estupro”. Meu caro, não advogo em causa própria. O que defendo abarca quem quer que seja, da minha família ou não.
Enquanto nao se legalizam o aborto, e mesmo após, serei uma das vozes que gritarão contra esse tipo de extermínio legal, pois, ja diria o escritor, "uma lei que acoberta práticas imorais, nao pode ser considerada lei, mas qualquer outra coisa".
Infelizmente meu café acabou...vou ali fazer mais e já volto com mais argumentos contra o assassinato-legal.

5 comentários:

  1. Poderia adotar a retórica de que "os fins justificam os meios", só para não perder o discurso maquiavélico. Poderia brincar até que os "inícios centralizam os inteiros"... mas nada seria tão pertinente quanto a sua colocação nesse post. Tiradentes, você inaugurou em alto estilo suas postagens. Trata-se de um assunto complexo e que envolve as vertentes que ora tangenciam a ciência, ora a religião, ora as políticas públicas, ora o universo que a todo momento conspira!!!

    por Maquiavel.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. COm certeza é um tema polêmico, que interdisciplina a matéria. NO meio de conspiradores do porte de Maquiavel e Edmond Dantes, era obrigação tentar acompanhá-los, embora seja dificil, pelo intelecto aguçado dos dois, com um assunto q gera uma dose a mais de café

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  4. Café a parte, pois este momento trascende à mistura água e café. Penso que o tema foge à razão humana. Não podemos definir, por regras, sobre a não liberdade da mulher em decidir sobre o seu próprio corpo. Não podemos definir, juridicamente, se o feto é vida, pois não se sabe quando esta se inicia. O tema é polêmico, mas arrisco a tomar um pouco desse café: melhor permitir o que é permitido hoje em assunto de aborto no direito brasileiro, a tomar decisões que possam prejudicar sim um vida que é certa. De outra maneira, as contas que a mulher que comete um aborto serão acertadas não com os homens, mas com a Natura, o Logos, o Criador, ou qualquer outro ser que seja intitulado e seja, em verdade, Deus. Juridicamente, o aborto é legal. Misticamente, uma bestialidade.
    Tomem este café!

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  5. Desde sempre que achei a legalização do aborto um tema bastante difícil de definir como certo ou errado. Se de um ponto de vista ético afirmo que o aborto é errado, pois cada um deve assumir as suas próprias responsabilidades e, se existe vontade para o conceber sem protecção, então também tem de se assumir os erros. Por outro lado, e recorrendo à máxima social e carencial, principalmente, muitas das vezes uma criança vem ao mundo para receber maus tratos, ausência de carinho, afecto e de recursos necessários à sua sobrevivência. E, se assim acontece, o aborto torna-se um recurso aceitável.

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