A imbecilidade da novela das 8.

Caros leitores. Depois de um longo inverno retorno ao convívio dos digníssimos apreciadores das teorias conspiratórias e, claro, daqueles que apreciem um bom e tradicional café.
Neste período de sombras, onde houve uma ausência de textos que pudessem esquentar o café, pouca coisa, ou quase nada, mudou no mundo. Obama continua sendo o showman presidente dos Estados Unidos (ganhou até o prêmio Nobel da Paz por isso); os conflitos no Oriente Médio estão bombásticos, naturalmente; Rubens Barrichello, apesar de ser seu fã, foi mais uma vez vice- campeão mundial de fórmula 1; o Clube Atlético Mineiro continua no G-4 no Campeonato Brasileiro; e, o mais, triste, a violência do Rio de Janeiro continua e, no ar, outra novela das 8.
Vamos falar sobre a imbecilidade da novela das 8. Hoje estou com tons felinos, como meu amigo Tiradentes. Primeiramente, a novela das oito, como todo bom brasileiro, começa atrasada, ou seja, às nove horas da noite. Segundo, mais uma vez, Manoel Carlos repete o formato música da Bossa Nova como tema de abertura, um garanhão solto, uma Helena, e um Rio de Janeiro cidade maravilhosa. Quanta falta de criatividade para um escritor. E, ainda, me esqueci: tem os depoimentos de pessoas no fim dos capítulos da referida novela. Ninguém é feliz.
A Rede Globo transmite uma novela de nível cultural baixo que chega a dar sono. Aliás, as novelas das 8 são ótimos soníferos. Aquela música Bossa Nova de abertura é triste. Parece que os cariocas vivem em uma paz, somente praia, futebol e mulher bonita, a garota de Ipanema. Então, vamos lá: a garota de Ipanema deve estar utilizando o Estatuto do Idoso para pegar lotação; no futebol, o Vasco está na segunda divisão, e o Fluminense e Botafogo disputando quem vai para lá o ano que vem; as praias hoje são piscinões, de muito mau gosto; e a paz.... bom, semana passada derrubaram um helicóptero da polícia militar, em uma situação típica de guerra.
Até quando a novela das 8 e, nós brasileiros, vamos aturar esta imbecilidade? A guerra civil na ex-capital federal já ultrapassam os 30 anos. O poder paralelo nem se pode falar mais que é paralelo, muito menos infiltrado. Pode-se afirmar que está estabelecido legitimamente, se é que vocês me entendem. E nós brasileiros o quanto de indignação e atividade temos feito com relação a esta situação? Ou vocês, nobres leitores, ainda acham que o Rio de Janeiro respira aquele ar bom vinvant ou nobre como apresentado na novela das 8? Sei lá Sei lá ......
Sejamos mais inteligentes e ativos. Esta baboseira de Viver a Vida na Globo deixa o cérebro atrofiado. Enquanto isso, a realidade do Rio de Janeiro é uma notícia constante nas vozes dos globais Willian Bonner e Fátima Bernades. Vamos arregaçar as mangas e ser mais fortes que este poder paralelo, ou estabelecido, e enfrentar esta guerra de forma digna, e não se escondendo atrás dos muros ou nos toques de recolher. Vamos acabar com esta guerra, dizer não à violência e toda esta DROGA que paira no ar e deixa a mente pertubada e imbecil. Vamos tomar o Rio de Janeiro e estabelecer o reino da justiça e da paz. E, quando isto acontecer, talvez a novela das 8 seja um pouco menos imbecil e mais próxima da realidade. Ou, ao menos, o brasileiro deixará de ser menos imbecil e viverá uma vida mais tranqüila.
Tomem este café no Leblon.

Por Edmond Dantes.