quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Sentimento de humano

Depois de um longo café voltei aqui no blog para escrever um pouco e tentar desvendar estes mistérios que cercam a vida. Naturalmente, deixarei as questões políticas de lado, em verdadeiro ato secreto, porque agora vou falar de algo que é necessário na vida de todos, até mesmo para aqueles que não são comuns: sentimento de humano.
Estive vendo, mais uma vez, o filme Patch Adams: o amor é contagioso, neste final de semana. O filme aborda a questão do tratamento médico com o paciente e vai mais além: denuncia a forma fria da abordagem médica e apresenta uma solução simples ao caso – tratar com amor e carinho a pessoa enferma.
Claro que a meta de Adams, personagem vivo pois o filme é baseado em uma história real, é trazer a tona o sentimento de humano muitas vezes adormecido em nós, humanos. Isso mesmo. Em diversas ocasiões, por força da rotina, do trabalho, dos estudos, dos atos secretos, deixamos de ser humanos e voltamos a ser uma coisa diversa daquilo que fomos projetados: um ser frio.
A medida que o conhecimento na mente dos homens vai se desenvolvendo e aumentando, chega-se a um ponto crucial na vida do ser humano que o aponta para dois caminhos: o da sabedoria ou o da vaidade.
O caminho da vaidade é que torna o ser humano frio, meticuloso, arquiteto de ideias sem preocupações humanísticas, enfim, o faz mais um robô do que propriamente um homem. Temos até alguns exemplos de homens conhecidos a sua época como geniais e depois, como cruéis. Estão lembrando de algum nome, leitores? Sim, acertou quem pensou em Hitler, o líder nazista que quase destruiu o mundo. No entanto, o Füher ergueu a Alemanha destruída na primeira guerra mundial, fortaleceu a economia germânica e formou um dos exércitos mais fortes da história da humanidade. Com este curriculum todos diriam: está aí um grande estadista. Contudo, deve se lembrar de suas atrocidades também, como a morte de judeus e a destruição de outros países invadidos pelo exército nazista, como a França. Pode se afirmar que Hitler chegou a um ponto do conhecimento onde partir para a frieza extremada, estritamente racional (se é que existe razão mesmo entre os homens) era o objetivo, tornando-se, consequentemente, um louco. Esqueceu-se de seu sentimento de humano.
Comparações a parte, Patch Adams demonstra o inverso: o conhecimento como forma de se alcançar a sabedoria. Todos nós sabemos que o conhecimento humano é flexível, mutável e dinâmico. É impossível, na condição humana, termos consciência de todas as coisas. A primeira tarefa do sábio é entender isso: compreender as próprias limitações e com estas, trabalhar para ser um humano melhor. Eis a finalidade do conhecimento.
Um sorriso, uma ajuda ao semelhante, compartilhar o conhecimento, são alguns dos propósitos de quem busca a sabedoria. Na medida em que o ser humano modifica a si mesmo, transforma o seu comportamento, os outros a seu redor são contagiados pela magia que irradia de um ser sábio, enfim, a humanidade prospera e aproxima-se sempre daquilo que entendo como ponto de transição entre o humano e o divino. Claro, este tema já é para outro café.
Recomendo que vejam o filme Pacth Adams: o amor é contagioso. E além desta indicação, recomendo também a busca pela sabedoria, de um conhecimento gratuito, sem qualquer finalidade a não ser ajudar os outros e melhorar aquilo que somos. Enfim, busquem o sentimento de humano adormecido em nós. Encontrando-o, exercite-o. Dominando-o, transforme-se. Transformando-se, transcendam. Transcendo, descubra os mistérios. Sabendo os mistérios, converse com Deus. Encontrando Deus .....
Tomem café!
Por Edmond Dantes.

2 comentários:

  1. Brilhante explanação caro Dantes!! NEssa escolha e busca por sabedoria, peço venia pra lembrar o exemplo de Salomão: Assim como narram as Escrituras, Deus lhe concedeu a oportunidade de pedir o que quisesse, e seria concedido. Salomão, então, ao contrário do que muitos fariam, pediu-lhe sabedoria!

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