Estamos na semana em que o Papa Francisco visita nosso
país. Como recebemos os maiores estadistas do mundo, assim o fazemos com
relação a Sua Santidade, eclesiástico maior do Vaticano. Mas, no caso do Papa
Francisco, uma imagem que este sacerdote quer deixar é a de sua simplicidade.
Será?
Está certo que Jorge Mario
Bergoglio escolheu um nome que lembra mesmo a humildade e a simplicidade. São
Francisco de Assis era um homem de posses, culto, mas negou a tudo quando se
converteu ao cristianismo e viveu semelhantemente a Cristo, no que diz respeito
a pobreza. Por este ato, São Francisco é considerado, um dos santos mais
carismáticos e seguido do catolicismo. Talvez por isso, Bergoglio tenha
escolhido o nome Francisco.
Mas o “Papa Chico” em nada tem de
simplicidade. Aliás, isso não é culpa dele. A Igreja Católica nunca foi
simples. Está mais para um número complexo, a suntuosidade de um emirado ou a
frivolidade da classe média brasileira. A Igreja de Cristo tem ouro em seus
altares e túnicas de seda. Universidades de excelência e núcleos de pesquisa
científica espalhados pelo mundo. Ser da Igreja nunca foi algo tão simples.
E por que não assumir isso? Já
não está tão na cara que a Igreja Católica não é tão simples assim? O “casebre”
em que Chiquinho vai ficar mais parece um hotel fazenda, padrão FIFA, do que
uma casa do morro do alemão. Não se esquecendo do Papa-movél, carro blindado,
para a segurança papal, mesmo tendo Sua Santidade usado “carro comum”
(importado e zero Km) ao passar pelas ruas do Rio de Janeiro. Carro não é algo
simples. Muito menos o carro que transporta o Papa.
Mas a fé cega as pessoas,
retirando o senso crítico. A vinda do Papa ao Brasil, evento turístico
importante para a economia, faz com que a espiritualidade de muitos seja revolvida,
renascida. Isso é bom, porque muitos vão acreditar que algo pode ser feito ou
melhorado. Que a humanidade às vezes precisa de uma crença em qualquer coisa,
para trilhar um caminho que conduza a verdade.
Mas precisamos chegar a esta
verdade. Se a “simplicidade” do Papa serve de inspiração para muitos, uma
espécie de bússola para se alcançar a verdade, muito válido todos esses
símbolos aparentes utilizados pela Igreja. Mas, na minha “simplicidade”, vejo
apenas uma emulação da verdade. E isso não consegue ser congruente com a
lógica, a razão e o bom senso, atributos tão simples ao ser humano, mas pouco
usados, especialmente em casos de fé. Precisamos de ouro nos altares para
acreditar? Necessitamos de túnicas bem cortadas para crermos no Salvador? Ou,
ainda, precisamos ver alguém que poderia ser “divino”, em sua simplicidade,
entre nós? Nada disso. O que precisamos é sermos simples: de pensamento,
comportamento, de alma e coração. Essa simplicidade não está em outro lugar ou
pessoa a não ser em nós mesmos. Pois somente há um caminho, uma verdade e uma
vida. Isto parece familiar ou simples para você?
I´m back.....
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