segunda-feira, 29 de julho de 2013

Simplicidade.



Estamos na semana em que o Papa Francisco visita nosso país. Como recebemos os maiores estadistas do mundo, assim o fazemos com relação a Sua Santidade, eclesiástico maior do Vaticano. Mas, no caso do Papa Francisco, uma imagem que este sacerdote quer deixar é a de sua simplicidade. Será?
Está certo que Jorge Mario Bergoglio escolheu um nome que lembra mesmo a humildade e a simplicidade. São Francisco de Assis era um homem de posses, culto, mas negou a tudo quando se converteu ao cristianismo e viveu semelhantemente a Cristo, no que diz respeito a pobreza. Por este ato, São Francisco é considerado, um dos santos mais carismáticos e seguido do catolicismo. Talvez por isso, Bergoglio tenha escolhido o nome Francisco.
Mas o “Papa Chico” em nada tem de simplicidade. Aliás, isso não é culpa dele. A Igreja Católica nunca foi simples. Está mais para um número complexo, a suntuosidade de um emirado ou a frivolidade da classe média brasileira. A Igreja de Cristo tem ouro em seus altares e túnicas de seda. Universidades de excelência e núcleos de pesquisa científica espalhados pelo mundo. Ser da Igreja nunca foi algo tão simples.
E por que não assumir isso? Já não está tão na cara que a Igreja Católica não é tão simples assim? O “casebre” em que Chiquinho vai ficar mais parece um hotel fazenda, padrão FIFA, do que uma casa do morro do alemão. Não se esquecendo do Papa-movél, carro blindado, para a segurança papal, mesmo tendo Sua Santidade usado “carro comum” (importado e zero Km) ao passar pelas ruas do Rio de Janeiro. Carro não é algo simples. Muito menos o carro que transporta o Papa.
Mas a fé cega as pessoas, retirando o senso crítico. A vinda do Papa ao Brasil, evento turístico importante para a economia, faz com que a espiritualidade de muitos seja revolvida, renascida. Isso é bom, porque muitos vão acreditar que algo pode ser feito ou melhorado. Que a humanidade às vezes precisa de uma crença em qualquer coisa, para trilhar um caminho que conduza a verdade.

Mas precisamos chegar a esta verdade. Se a “simplicidade” do Papa serve de inspiração para muitos, uma espécie de bússola para se alcançar a verdade, muito válido todos esses símbolos aparentes utilizados pela Igreja. Mas, na minha “simplicidade”, vejo apenas uma emulação da verdade. E isso não consegue ser congruente com a lógica, a razão e o bom senso, atributos tão simples ao ser humano, mas pouco usados, especialmente em casos de fé. Precisamos de ouro nos altares para acreditar? Necessitamos de túnicas bem cortadas para crermos no Salvador? Ou, ainda, precisamos ver alguém que poderia ser “divino”, em sua simplicidade, entre nós? Nada disso. O que precisamos é sermos simples: de pensamento, comportamento, de alma e coração. Essa simplicidade não está em outro lugar ou pessoa a não ser em nós mesmos. Pois somente há um caminho, uma verdade e uma vida. Isto parece familiar ou simples para você?

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